terça-feira, 16 de abril de 2013

Os pássaros de Albur - a cidade "abandonada"

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Olhei para os lados, ninguém. Nem do esquerdo, nem do direito. Nem frente, nem trás. Absolutamente deserto. Estava perdido e não conseguia me conformar disso. Continuava procurando sinal de vida ou objeto que me mostrasse algum caminho, qualquer caminho, desde que fosse um caminho estava bom.

Desabei no chão quando meus olhos castanhos cansaram daquela caça compulsiva e fiquei lá, deitado, parecia que estava dormindo, ou que estava morto, qualquer um dos julgamentos era possível, mas nenhum era o de que estava acordado.

Por isso, uma criatura estranha apareceu, conseguia ouvir seus paços. Escutei até um rangido, tinha vontade de fitá-lo, me voltar para ele, contudo sabia que se fizesse isso minha chance de encontrar um caminho estava perdida, o bicho fugiria e aí já viu.

Ele me encostou, parecia pele humana. Tentou erguer minha perna, mas devia ser muito fraco para isso. Arrisquei uma piscadela. Era um dos pássaros! Um dos pássaros da cidade abandonada de Albur! As asas coloridas e grandes parecidas com vitrais não deixavam que eu errasse. Enfim, parecia-me que minha escalada não tinha sido em vão, apesar de ter ficado perdido.

Era macho, um macho que me daria uma boa grana, isso se eu conseguisse sair daqui. Enganei, você, em? Não vim aqui fazer isso, não... Vim, porque o idiota do meu amigo, Luiz, resolveu confirmar se a lenda de Albur era real. Onde estava ele, então? Na outra parte da cidade provavelmente perdido também: se separar como no Scooby Doo não funciona.

O pássaro me ergueu, retirando minha suspeita de que era fraco. Felizmente não voou, foi andando, me carregando, me fazendo sentir verdadeiramente como uma princesa da Disney. Ele parou, de repente, e começou a pronunciar palavras estranhas: língua Albur?

Senti cutucadas, quantos deles estavam lá? Ai! Não eram nada sensíveis... Que cócegas! Ai! Não ria, não ria, não ria... Au! E o riso saltou de minha boca. Descerrei os olhos, os habitantes da cidades passaram a se distanciar assustados, aos poucos foram indo embora, mas nenhum voou. A cidade ficou aparentemente abandonada pela segunda vez.

- Diego! - alguém gritou, devia ser Luiz. Virei-me para trás, era ele mesmo.

- Luiz, qual seu problema, cara? - perguntei mirando o vulto ereto à minha frente.

- Que foi?

- Por que inventou de vir para cá, velho? Estamos perdidos com um bando de pássaros intrometidos que ficaram me espetando como se eu fosse a coisa mais estranha que eles já tivessem visto na vida!

- Tecnicamente você é - disse ele rindo, parou e continuou a frase - Não vê que eles tem medo de nós?

- Eu percebi, mas acho que eles tem mais medo de você - brinquei sorrindo e ele o retribuiu junto com um aceno de cabeça.

- Deve ser por causa dos cavaleiros - comentou Luiz e eu concordei. Na lenda, três cavaleiros vieram à cidade com o objetivo de capturar um pássaro para o rei. Raptaram uma criança e roubaram o amuleto Albur, desde aí qualquer viajante que vem para cá vê o lugar abandonado, pois seus habitantes estão todos escondidos.

- Alguma ideia de como vamos voltar pra casa da sua vó? - indaguei me levantando.

- Vamos dar um jeito, se entramos tem como sair.

- Tem razão.

Esfreguei minhas mãos sujas de terra para limpá-las. Viramos à esquerda e nos deparamos com uma ruela estreita, nossos tênis tentavam fazer o mínimo de barulho possível ao bater nas pedras para não amedrontar os moradores.

- Diego, você reparou que eles não voam? - cochichou Luiz ajeitando os óculos de grau.

- Acho que sim, não vi nenhum voando... Como seres com asas desse tamanho não conseguem voar?

- Sei lá, não faz sentido, tem alguma coisa errada.

- Jura? - arqueei as sobrancelhas sarcástico e ele riu.

Subitamente ouvi um barulho perto de nós e Luiz pareceu ter percebido também, fiz sinal para que ficasse quieto e que me seguisse, fui me aproximando da fonte do ruído cauteloso e encontrei uma criança Albur.
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Ela não parecia real, e sim, um fantasma. Chorava, o que me deixou tremendamente triste. A menina saiu do esconderijo e começou a sobrevoar o céu, porém parecia presa, como se sua alma não pudesse ter saído do mundo dos mortais ou como se todos os pássaros da cidade estivessem enjaulados. E assim, o espírito desapareceu deixando seu mistério conosco. Obrigado, em, espírito?

- Tem alguma coisa errada - Luiz repetiu baixinho - Sinistro, cara.

- É a garota da lenda - eu tinha certeza disso.

- É, é sim - assentiu ele ainda encarando o lugar onde a alma se dissipara - Sinistro, cara. Sinistro demais.

- Você que é sinistro, Luiz...

Ele deu uma risada maligna e sorri, mas desviei o olhar para um canto qualquer tentando encontrar um caminho. Qualquer caminho estava bom, desde que fosse um caminho.

- Veja! - Juro, pensei que fosse a revista da "Veja" mesmo quando ele gritou isso...

Meu melhor amigo apontava para um objeto flutuante perto de onde a garota apareceu, parecia um amuleto, devia ser o amuleto!

- Venha, vamos segui-lo! - ordenei puxando o moleque pelo braço e pus meus pés em marcha cada vez mais rápida para alcançar aquilo que ia cada vez mais se afastando de nós.

Seguimos em uma correria desesperada perseguindo o amuleto, ia decidido abrindo o máximo que podia minhas pernas, pulando para tentar pegar impulso. Luiz ia atrás, mas não estava muito longe.

Finalmente o objeto parou. Pude enxergá-lo melhor: era um espírito também, possuía um círculo azul preenchido por vários semicírculos da mesma cor, tinha estrelas em volta, muitas delas havia conseguido ver na casa da vó de Luiz, Sra. Samanta, que morava abaixo do morro.

Luiz chegou logo depois. A imagem se transformou em uma mão que recebia o amuleto e ao se fechar mudou de forma novamente, era uma porta! Meu coração se encheu de esperança e dei um tapa nas costas de Luiz, tínhamos conseguido achar a saída! Um enorme sorriso formou-se em meu rosto. Dissipou-se e vimos á nossa frente a trilha da floresta da montanha pela qual chegamos aqui. Atravessamos o portal da cidade, todavia ao por meu primeiro pé fora de lá, notei que nos haviam dado um objetivo, o qual cumpriria com prazer: recuperar o amuleto e libertar os pássaros de Albur.


E então? Gostaram? Espero que sim, escrevi com amor haha =) 

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Beijos, Fulanos...

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